19 junho, 2013

Last of Us é uma obra-prima rica em detalhes


20 anos após uma misteriosa infecção que transformou a humanidade em uma espécie de zumbis, apenas alguns sobreviveram. Joel e Ellie são dois deles. E eles devem atravessar uma apocalíptica América infestada de caçadores de má fé e monstros brutais e realmente assustadores. Joel, o protagonista controlado por quem joga, é um homem durão, de meia idade, desiludo com o mundo destruído em que vive. Para fazer contraste, sua parceira é a também durona e cabeça-dura Ellie, uma garotinha de 14 anos, que já cresceu nesse mundo desgraçado e não se importa com muitas coisas. A narrativa baseia-se em diversos romances pós-apocalípticos, como o livro The Road, a série The Walking Dead, e até mesmo o documentário BBC “Planeta Terra”, que mostra formigas infectadas por um fungo. O jogo tem uma trama rica, e este é o ponto mais forte. A relação entre os protagonistas evolui de maneira natural; os personagens que aparecem em seu caminho são incríveis; e você realmente consegue sentir o terror e a desolação de um mundo que deveria ter acabado, mas sobreviveu por pouco. A história é mais envolvente que muitos filmes premiados por aí. Porém, não é perfeita.

Há falhas que acabam sendo deixadas de lado justamente por não se encaixarem bem no enredo. Por exemplo: Ellie, a menina de 14 anos que cresceu em mundo onde praticamente não existem carros, sabe dirigir! Brechas como esta poderiam ter sido evitadas. No Brasil, algo que colabora (e muito) para acompanhar a narrativa é a dublagem do jogo – completamente em português. Arrisco a dizer que é a melhor dublagem de videogame que vi até hoje. E é bem interessante notar como isso ajuda a se conectar ao enredo. A jogabilidade é outro ponto elogiável. É impossível não comparar com Uncharted, outro título de ação em terceira pessoa -- também desenvolvido pela Naughty Dog. O esquema de botões é o mesmo, a movimentação é bem semelhante e a física também é quase igual em ambos os casos. No entanto, 'Last of Us' guarda suas peculiaridades. A mira é uma delas.

 Joel treme muito e é um amador que atira mal. Isso traz desafio na medida certa e colabora para aumentar o desespero do personagem em momentos de tensão. Outra diferença fica por conta da furtividade – habilidade essencial para sobrevive. Se quiser viver, saiba que terá de economizar muitas balas. Geralmente, a saída será atacar por trás ou partir para a porrada, que, nesse caso, é bem divertida graças à excelente mecânica do combate corpo a corpo. Acontece que Joel não é muito resistente: bastam três tiros ou meia dúzia de golpes para derrubá-lo. Falando em sobrevivência, prepare o coração antes de jogar.

Há muito tempo eu não tomava tantos sustos quanto nesse game. Alguns dos monstros, conhecidos como estaladores, matam você em apenas um golpe! Como a munição é pouca, muitas vezes você deve se aproximar desses pequenos demônios para tentar assassiná-los com uma mísera faca. Nesse processo, as chances de algo dar errado e você ser surpreendido no escuro com um ser desfigurado devorando a carne de seu pescoço é bem grande. Pelo menos nem tudo é terror.
Nas cenas com humanos há ação e tiroteio para todo lado. Além disso, o gráfico é tão impressionante que, muitas vezes você esquece de todo o medo apenas para admirar a bela paisagem do mundo destruído. Vale destacar que os gráficos ainda revelam um dos games mais bonitos do PS3, chegando ao limite do que o console é capaz de suportar. O jogo de luzes é equilibrado, as texturas são bem acabadas e, nas cenas de CG, as emoções dos rostos dos personagens são de cair o queixo.

 O modo online não é nada demais, mas dá para entreter por algumas horas. Nessa seção, você deve escolher entre duas facções (caçadores ou “vagalumes) e entre dois modos de jogo, que consistem em um clássico deathmatch com o objetivo de matar o máximo de adversários sem morrer. Há então duas opções: voltar ao jogo no mesmo momento da morte ou retornar apenas quando todos os personagens de algum time 'baterem as botas'. Há possibilidade de personalização, de escolha de classe de armas e de compras de equipamentos que incentivam você a jogar cada vez mais. Tudo bem feitinho. O problema é que, como não há botões para se encostar nas paredes ou mudar o lado da mira, o tiroteio acaba devendo muito para outros shooters.
Conclusão 'Last of Us' é uma obra-prima. Sem dúvidas, o game concorrerá a muitos prêmios de melhor jogo do ano. Mas ele não é perfeito. Há falhas no roteiro, o jogo é bastante linear e conta com poucas inovações. E o online é apenas OK. Mas, quem liga? O jogo provavelmente irá roubar a sua atenção, acelerar a respiração e inseri-lo em contextos incríveis. Ponto para a Sony e para a desenvolvedora Naughty Dog.

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